Há alguns meses todos tivemos contato com a história de uma criança de 7 anos de idade, hiper sexualizada que divulga vídeos cantando funk, e mantém uma rede social recheada de "fãs", e com eles, homens, que a "admiram" - com comentários nojentos, dignos de serem julgados como crime - também tem contato ao conteúdo que "a menina" divulga.

Todos sabemos quem está por trás da história, inclusive, o mesmo já veio à tona dar "explicações" sobre o acontecido. O pai da menina, esclareceu que a comoção geral está no fato da filha cantar funk. De fato, o funk é um gênero musical que causa muitos olhos revirados por aí, uma grande parte das pessoas não enxerga como cultura, e é claro que tudo isso por preconceitos muito mais enraizados.
Pois bem, o funk pode agravar a situação aos olhos de quem não enxerga a existência da cultura da erotização precoce, mas podemos citar vários exemplos vinculados à mídia de crianças que foram hiper sexualizadas.


Por qual motivo as meninas é que são erotizadas?
Nós mulheres, desde a infância somos incentivadas e estimuladas a naturalizar comportamentos de adultas. Nossas primeiras brincadeiras referem-se a como "deveríamos ser" quando crescermos. Cuidar dos filhos, da casa, da comida, e grande parte da fantasia, inocência e criatividade nos é arrancada em nosso primeiro kit de maquiagem.
A moda nos segue desde que nascemos, mas nós é quem somos obrigadas a segui-la, e claro, o consumismo, tudo considerado natural, como se fossem comportamentos que nós desenvolvemos sozinhas.

A erotização não é assunto recente, quando eu era criança já existia. Eu dançava na boquinha da garrafa, "É o tchan" e adorava ganhar maquiagem. É claro que eu achava tudo isso natural, mas o tempo que gastei me arrumando em frente ao espelho não volta.

Mas qual é o problema?
 Pesquisando sobre o assunto, o que eu mais encontrei foi deboche. Foi gente falando que a menina de 7 anos, aos 13 estará grávida. Retomando discursos preconceituosos acerca do funk e da periferia, é claro. Além disso, vários comentários sugerindo que a culpa é dela e o pior, discursos de ódio contra uma criança.
Mas qual é o problema de vocês, afinal? Como vocês podem acreditar que uma criança tem discernimento e autonomia sobre o próprio corpo? Como não conseguem enxergar que ela infelizmente é estimulada e busca apenas a aprovação do pai?
Imaginem as consequências de toda essa repercussão no futuro dessa menina, como ela se enxerga, enxerga o mundo, o próprio corpo, seu futuro? Como ela irá encarar tudo isso daqui a uns anos? As consequências podem ser drásticas. Todos os nossos problemas de auto-estima da puberdade, podem ser vividos por ela agora. E mais tarde?
Como resolver?
O primeiro passo, pra você, que assim como eu, repudia esse tipo de situação, é não dar ibope para o caso. Não cite nomes, não compartilhe imagens, não assista programas que contenham essa temática. E claro, mães e pais, não incentivem suas crianças, cuidem para que elas não participem diretamente desse mercado consumista e cheio de incentivos a adultização.
Por um futuro menos traumático para nossas meninas, para que elas possam sonhar, brincar, e aparência seja a ultima coisa que passe em suas cabeças. O tempo em frente ao espelho não volta, e as consequências dessas exposições frequentes que são dadas hoje em dia também não!


Deixe um comentário

Comenta aí, miga!