Existem tantos paradigmas a serem quebrados a respeito da imagem tradicional que temos desse signo que ao final desse post repensaremos não só sobre Virgem, mas como tantos detalhes passam despercebidos aos nossos olhos e fazem dos signos o que são. Aliás, como falar em Virgem e não falar em detalhes? Começando pelo tão esquecido real significado de seu símbolo com o signo, Virgem é representado pela.... Virgem, claro. A Virgem em sua representação mais pura. Desassociada da imagem de timidez e ingenuidade (ainda que tenda a apresentar tal comportamento), Virgem não tem nada a ver com sexualidade e celibato. Virgem tem a ver com essencialmente manter a pureza de uma identidade. Enfim, integridade.

Virgem é também um ótimo exemplo da dinâmica de elementos e modalidades. Assim como seu companheiro de regência, Gêmeos, é também um signo mutável. Mas aqui entendemos a grande diferença de postura entre os dois: Gêmeos é signo de ar, extrovertido, masculino (ativo) e positivo. Sua energia é totalmente voltada para o exterior (não é a toa que sente a necessidade de comunicar). Enquanto Virgem é feminino, introvertido, negativo e não menos importante, um signo de terra. É como se colocássemos toda a energia Mercuriana que vemos estampada em Gêmeos retida na cabecinha de Virgem. Ambos pensam bastante, porém administram de forma diferente essa capacidade. Enquanto Gêmeos é Jimmy Neutron, Virgem é Sherlock Holmes. Terra acaba por dar uma qualidade bastante pé-no-chão a Virgem, o que ajuda a ter um pensamento organizado, analítico e voltado para coisas práticas. Como sua energia predominante intelectual é voltada para dentro, essas tendências ocuparão um grande espaço na sua vida. E voltando ao ponto inicial, o que quer que faça, o tentará fazer com maestria (quem tem Marte em Virgem que o diga). Há inúmeros exemplos da variação dessa dedicação; Temos Freddie Mercury com seus vocais poderosos, Beyoncé e Michael Jackson com suas apresentações milimetricamente coreografadas e até mesmo o super aquariano Mozart (Asc e N. Norte em Virgem).

“When I first met her I knew in a moment I would have to spend the next few days re-arranging my mind so there'd be room for her to stay.”
Enquanto Virgem se comporta muito bem, obrigado, em casas e planetas introvertidos, é justamente nos que não são que vemos sua eficiência se tornar um pouco conflituosa. Conflituoso não quer dizer de modo algum ruim, quer dizer que não corresponde exatamente à natureza daquele planeta. E o que é um Virginiano com a noção de que não pode corresponder a uma expectativa? Pois é.. Complicado. É justamente por ser tão analítico e tão perfeccionista que planetas como Lua e Vênus se sentem tão afetados por esse signo (apesar de claro, seus muito benefícios). Até certo ponto é fácil corresponder nossas próprias expectativas pois podemos nos conhecer bem e dentro do possível, saber o que podemos esperar de nós. É quando saímos dessa zona de conforto e entramos num meio onde esse mesmo conforto depende tanto dos outros que nos sentimos mal. É natural. Mas pode ser ainda mais penoso se quando realizamos essa travessia trazemos consigo a responsabilidade de estar sempre mantendo uma perfeição inatingível por dependermos de seres tão imperfeitos e tão mutáveis, cujas expectativas mudam num piscar de olhos. É loucura. Não é coincidência que Vênus em Virgem possui uma forte tendência a reavaliar constantemente se um relacionamento vale a pena ou não ou demorar tanto a assumir um. Sentimentos podem ser "feios", imperfeitos e às vezes muito pouco racionais. Sentimentos demandam sentimentos - realmente nunca iremos curar sua natureza com outra natureza.
E é justamente mais um detalhe óbvio que às vezes passa despercebido: seu grande potencial de cura. É claro que ordem, manutenção e trabalho é um dos focos de sua casa regente (Casa 6) e esses temas já são mais que óbvios. É a transformação através da cura que passa batido, a necessidade em ser útil em meio a algo que você entenda e onde existe ordem. Quando penso em Virgem penso em Nina, a bailarina de Cisne Negro. Penso nos seus passos perfeitamente cronometrados, alinhados, sua busca por perfeição e às vezes, como quase chegou a não desempenhar nem um papel nem outro. Nina não foi por natureza nem o Cisne Branco nem o Cisne Negro. Todo o papel foi ensaiado e nem mesmo sua natureza extremamente doce era tudo que podia ser. Viveu presa a desempenhar papeis que não conseguia se identificar inteiramente por não deixar fluir sua natureza e entender que suas duas partes, luz e sombra, podiam coexistir. Claro que essa transformação chegou a acontecer (muito tragicamente) mas não precisa ser assim. Não precisamos estar presos a uma necessidade de ordem e sentido. Também não precisamos chegar ao clímax da nossa tolerância para entendermos que precisamos passar por todos os estágios de uma transformação. Somos perfeitos como somos simplesmente por fazermos parte do universo. Estamos aqui por uma série de acontecimentos que não entendemos e que talvez nunca iremos entender. Talvez haja ordem ou talvez tenhamos sido fruto de puro caos. Assim como os sentimentos bastante coisa não pode ser resolvida ou obedecer a uma ordem lógica. Tudo ao redor de nós flui e é quando nos permitimos viver em nosso próprio movimento que encontramos nosso lugar de direito.


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